O Estado do Mato Grosso é um grande consumidor de produtos químicos, principalmente combustíveis (líquidos inflamáveis), Agrotóxicos (substâncias tóxicas) e Fertilizantes (substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos) com grande consumo de produtos de mineração, além de outros produtos perigosos, abrangendo todas as classes de risco. A maior parte desse material é transportado pelo modal rodoviário e a sua vulnerabilidade possibilita a ocorrência de acidentes graves, além do grande consumo, armazenamento e revenda destes produtos. Acidentes com estes materiais podem gerar danos ao meio ambiente, ao patrimônio público e/ou privado e à sociedade em geral, inclusive ao próprio Bombeiro Militar.
Considerando o grande consumo de gases inflamáveis no Estado de Mato Grosso, o segundo maior revendedor de gás liquefeito de petróleo, com 212.490 m³. Grande consumo de líquidos inflamáveis, com a maior quantidade de bases de distribuição de combustíveis líquidos derivados de petróleo e etanol do Centro Oeste e o terceiro maior do Brasil. Maior armazenador de derivados de petróleo do Centro oeste com 72.810 m³. Maior armazenador de Etanol do Centro Oeste e 6º (sexto) maior do Brasil com 31.718 m³. Segundo maior produtor de Biodiesel do Brasil com 845.108 m³. A produção de Biodiesel está diretamente vinculada ao consumo e transporte de Metanol, sendo o Estado de Mato Grosso o maior consumidor de Metanol do Centro Oeste e o 2º (segundo) maior do Brasil, com 97.491 m³, consumindo mais que a região Sudeste, Norte e Nordeste juntas. (fonte Anuário Estatístico Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, ano de 2016 - Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP).
Há ainda uma gama extremamente grande de gases utilizados no Estado, com seu transporte sendo realizado diariamente, como é o caso do gás oxigênio industrial e hospitalar (gás refrigerado não inflamável), gás Amônia (gás tóxico e corrosivo) utilizado na refrigeração em indústria, principalmente frigorífica, e gás cloro (gás tóxico e corrosivo) utilizado para sistemas de purificação das águas em algumas redes de abastecimento (Estações de Tratamento de Água – ETA’s).
A grande característica que marca o acidente com produtos perigosos é a imprevisibilidade, principalmente na etapa do transporte, geralmente distante de sua base de produção. As emissões acidentais, que podem decorrer de fatores diversos como vazamentos, derramamentos e incêndios, possuem riscos, os quais dependem das propriedades físicas, químicas, toxicológicas e eco toxicológicas das substâncias, bem como das características atmosféricas, geológicas e geográficas do local.
Nesse sentido o Corpos de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso, assim como os Corpos de Bombeiros mais modernos do mundo, busca, cotidianamente, a otimização de ações, visando à manutenção da vida e do meio ambiente, bem como, do patrimônio público e privado.
A partir do segundo semestre do ano de 2016, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso, criou dentro do organograma do Batalhão de Emergências Ambientais – BEA, a Companhia de Atendimento a Emergências com Produtos Perigosos – CAEPP, com o objetivo de suprir a necessidade de todo o Estado, para um atendimento rápido e adequado às emergências ambientais com produtos perigosos.
Ainda no ano de 2015 foi realizado o 1º Estágio de Primeira Resposta a Emergências com Produtos Perigosos do CBMMT, capacitando bombeiros militares da Capital e região metropolitana no atendimento básico a estes eventos. Em novembro de 2016 foi realizado o 1º Seminário de Emergências Tecnológicas e Ambientais, apresentando ao público militar e civil tecnologias, conceitos e estudos de caso referentes ao tema. Já nos meses de maio e junho foi realizado o 1º Curso de Operações com Produtos Perigosos do CBMMT, capacitando bombeiros militares para o atendimento técnico as emergências com produtos perigosos.